
Como muitos se lembram, o primeiro também foi lá, em 1966, e ficou famoso entre os capoeiristas pela presença de Mestre Pastinha na delegação brasileira, junto com os também angoleiros João Grande, Gildo Alfinete, Gato, Roberto Satanás e Camafeu de Oxóssi.
O tema do festival pioneiro foi "O significado das artes e cultura negra na vida dos povos e para os povos". Houve também uma segunda edição, acontecida em Lagos, na Nigéria, em 1977, com o tema "Civilização Negra e Educação".
Segundo a divulgação do evento, o Brasil é convidado de honra desta edição, cujo tema é "Renascimento Africano", e já estaria em curso o processo de organização de nossa participação, junto com outros 80 países! Para tanto já teriam sido criados comitês, disponibilizada uma verba inicial de R$ 3 milhões e estabelecido um calendário de eventos preparatórios.
Não obtive informação sobre qual será a contribuição da capoeira desta vez. Em 1966, pleno regime militar, o Itamaraty escolheu os representantes brasileiros de maneira unilateral, principalmente sem consultar representantes do movimento negro. Essa postura, nada democrática como seria de se esperarnaquela altura, também tinha respaldo em uma tentativa deliberada de não reconhecer a agenda colocada pelas lideranças afro-descendentes.
Hoje, evidentemente, os tempos são outros, e o próprio protagonismo da Fundação Palmares indica uma grande mudança qualitativa. Resta esperar e verificar que, em meio à infinita riqueza da cultura afro-brasileira, a escolha de nossos representantes seja pautada por critérios justos e democráticos. E que lá esteja a capoeira angola!!!
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